Era 2016, estávamos eu e meus filhos na casa dos meus pais assistindo desenho. Na época, tinha sido lançada a primeira temporada de Voltron, na Netflix.
Esse é um remake de um desenho antigo, de mesmo nome. Não assisti o antigo.
Com os episódios somos apresentados a vários personagens, mas um deles me chamou muito a atenção: Pidge.
Entre muitas questões sutis que são colocadas nesse personagem, uma coisa me chamou muito a atenção: Pidge logo nos primeiros episódios “adota” um drone do povo inimigo, que ela hackeia pra ser aliado.
Logo comecei a chamar o drone de companion de Pidgey, e essa palavra pra mim virou a categoria de drone com o passar do tempo. O objetivo é acompanhar seu “dono” apoiando em tarefas corriqueiras. No caso de Pidgey, o drone abre portas, hackeia fechaduras eletrônicas, faz reconhecimento de locais, identifica pessoas, e a lista de habilidades segue crescendo.
Naquele tempo, eu não tava com nenhum contato com programação de hardware. Mas comecei a me perguntar: seria possível fazer algo parecido com esse “drone companion” nos dias de hoje e com tecnologia DYI? A resposta depois de alguns dias de reflexão era que sim, é possível. E com isso, motivei-me a construir.
Mas era preciso que eu determinasse um caminho pra trilhar. Não tinha dimensão de como seria programar qq coisa em hardware. Determinei-me a fazer qualquer “Hello World” em Arduino e entender quais os limites dele. Também fiz o propósito de estudar um pouco mais sobre a Raspberry Pi, da qual na época, eu não sabia nem diferenciar das placas Arduino, e me pus a estudar.
Não demorou muito e entendi que eu precisava:
- O modo de voo do desenho é bem ficcional. Alterei pra ser um Quadcopter;
- Precisava aprender sobre motores pra voo e aerodinâmica;
- Precisava fazer um playground de sensores com o Arduino, pra sacar melhor o que poderia é o que não poderia fazer parte do projeto;
- Precisava ter um lab minimamente adequado pra trabalhar no projeto;
- Encontrar maneiras de fazer um Arduino trocar mensagens com a Raspberry Pi
- Precisava usar OpenCV pra reconhecimento de pessoas;
- Talvez valesse a pena (já que o drone é um companion) que ele pudesse receber comandos de voz. Depois acrescentei a necessidade de um joystick, pra segurança nos testes;